“2013, Ano Da FÉ” 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Finados

Posted by Pascom - (Pastoral da Comunicação)Trombas GO 06:00, under | No comments

                 Felizes aqueles que acreditam e pautam suas vidas na esperança operosa do Céu! As suas vidas estão marcadas pelo selo do Espírito e, como missionários da ressurreição, antecipam a felicidade eterna nas contradições da história. São aqueles que alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7,14)!

                  Infelizes aqueles que se permitem conduzir pelos ditames dos falsos deuses visibilizados nas ideologias epocais e no frenesi da última moda (cf. Lc 16,19-31), agigantando o fosso entre ricos e pobres. As suas alegrias, fugazes e efêmeras, não pavimentam o caminho para a eternidade. Ao contrário: roubam-lhes a inaudita possibilidade do céu já aqui na terra.
                  Ninguém está privado do céu. Ele é um presente que Deus oferece em sua liberalidade. Caso assim não o fosse, ficaria impossível afirmar Deus caritas est, secundado pela tradição bíblica (cf. 1ª. Jo 4,12). É preciso, contudo, passar pela porta estreita (cf. Lc 13,24) e comportar-se de modo sempre samaritano (cf. Lc 10,29-37). Numa palavra: ter um coração agradecido!
                Alguém questiona: o inferno existe? A Teologia responde: sim. Trata-se de uma lamentável e terrível possibilidade de opção. Contudo, não se pode afirmar como um castigo de Deus – amor e bondade – sempre cuidadoso em salvar o homem. Mas, pode ser pensado como uma lamentável possibilidade já presente e construída ao longo da existência histórica e confirmada no momento final (cf. Mc 14,17-21). Parafraseando Antoine Saint-Exuperry, “tu te tornas eternamente responsável por aqueles que cativas”, pesarosamente, afirma-se: tu te tornas eternamente responsável pelos muros que constróis!
               Deus, o Pai de infinita bondade, nos inspira a desejar que ninguém escolha, em definitivo, a existência infernal. Esse desejo de querer que todos se salvem não é uma nova apocatástases, mas uma pulsão que a Graça nos concede. É a alegria de saber que alguém retomou o caminho da vida e, no percurso da Bondade, foi perdoado (cf. Lc 15,11-32).
               Orientados pela força da Palavra, que se fez carne, busquemos o céu aqui na terra, vencendo a insanidade do inferno, mesmo experimentando o purgatório, situação, com exceção de Maria Santíssima, comum a todos os mortais. Urgente para tanto é vencer toda a astúcia cainesca construtora de fratricídios e assumir o conselho de Jesus: “amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” (cf. Jo 13,34)!
                   Santo! Santo! Santo! É o Senhor Deus criador. O céu e a terra proclamam vossa glória! Hosana nas alturas, cantam os Querubins, Serafins e os Santos aureolados e sem aureolas! Unamos nossas vozes àqueles que nos precedem e já gozam da visão plena do Deus justo e verdadeiro. Que a oração em memória dos fieis falecidos nos conduza a uma verdadeira metanoia: busquemos o Reino de Deus e tudo mais nos será acrescentado (cf. Lc 12,31).



José Augusto da Silva

Pároco Matriz São José de Machado (MG) e Professor FACAPA de Pouso Alegre (MG)

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